A HORA DA ESTRELA- PSG 4 x 0 REAL MADRID

Por Douglas, inspirado por Gilson Ribeiro que trabalhou como Reporter, editor e apresentador na empresa Rede Bandeirantes
"O mundo inteiro terá que se transformar para eu caber nele." — Clarice Lispector, A Paixão Segundo G.H.
Na tarde de 9 de julho de 2025, o MetLife Stadium se recusou a ser apenas cenário. Foi palco, foi altar, foi página em branco que o Paris Saint-Germain preencheu com poesia — e o Real Madrid leu em silêncio. O que se viu não foi apenas futebol, foi linguagem. E Gilson Ribeiro, se estivesse ali, teria sentido o gramado como quem pisa em versos.
Fabián Ruiz abriu a narrativa com um gol aos seis minutos que não era chute — era sentença. Dembélé, aos nove, seguiu com um ponto de exclamação. Depois, Ruiz voltou como quem repete uma ideia que precisava ser dita duas vezes. Gonçalo Ramos encerrou com uma vírgula entre o delírio e a perfeição.
O PSG tocava como quem cita Dostoiévski no meio da rua — sem pedir licença. A posse de bola não era estatística: era domínio simbólico, apropriação estética. O Real Madrid não jogava — observava. Como quem tenta decifrar Clarice esperando por lógica e encontra abismo.
Gilson, em seus tempos com o histórico Show do Esporte, diria que o futebol apresentado hoje foi épico sem precisar de epopeia. Que Ruiz não foi meio-campista — foi narrador. Que Dembélé não fez um gol — fez uma crítica à previsibilidade. E que Ramos fechou o texto com o requinte de quem sabe que o silêncio também é palavra.
Na arquibancada, não se celebrava — se contemplava. Era como assistir à estreia de uma peça que você não compreende, mas não consegue esquecer. O futebol daquele dia foi teatro, literatura, manifesto. E Gilson, que já transformou sequestro em ensaio, derrota em dramaturgia, saberia exatamente como escrever: com a alma.
Porque no fim, como ele próprio diria, “a beleza do jogo está menos no gol e mais no que o gol cala.”
Hoje, o PSG segue rumo à final, mas pouco importa. O que importa é que por noventa minutos, o mundo teve um pouco mais de sentido.
Ficha Técnica — PSG 4 x 0 Real Madrid
- Competição: Semifinal do Mundial de Clubes FIFA 2025
- Data: 9 de julho de 2025
- Horário: 16h (de Brasília)
- Local: MetLife Stadium, Nova Jersey (EUA)
- Público: 77.542 torcedores
- Árbitro: Szymon Marciniak (Polônia)
- Assistentes: Tomasz Listkiewicz e Adam Kupsik (Polônia
Gols
- Fabián Ruiz – 6' e 24' do 1º tempo
- Dembélé – 9' do 1º tempo
- Gonçalo Ramos – 42' do 2º tempo
Cartões amarelos
- PSG: João Neves
- Real Madrid: Tchouaméni, Carvajal
A Tragédia e o Triunfo
Domingo, no campo vasto do estádio MetLife Stadium, onde outrora guerreiros de outras artes se enfrentaram, dois exércitos marcham: o azul de Londres e o rubro de Paris. O céu, como cortina de teatro, se abre às 16 horas, e o destino, esse dramaturgo cruel, prepara sua pena.
CHELSEA, valente mas jovem, com sangue de promessas e cicatrizes de batalhas passadas.
PSG, altivo, coroado pela glória da Europa, com olhos ardentes e lâminas afiadas.
Ao soar do último trompete, o vencedor não é apenas um clube — é uma ideia. O futebol, como o teatro, revela o que somos quando ninguém está olhando. E o troféu, esse cetro moderno, é erguido como símbolo de uma era.
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