ROMEU TUMA JÚNIOR ESCANCARA CRISE INSTITUCIONAL NO CORINTHIANS

A entrevista coletiva concedida por Romeu Tuma Júnior nesta sexta-feira (1º), no Parque São Jorge, foi tudo menos protocolar. Em meio a uma atmosfera de tensão e expectativa, o presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians expôs uma série de problemas que vêm corroendo a estrutura administrativa do clube — e fez isso com declarações que misturam indignação, populismo e uma dose de espetáculo.
Cartão corporativo: símbolo de descontrole
O ponto mais explosivo da coletiva foi a defesa veemente pela extinção do cartão corporativo no clube. Tuma Jr. criticou duramente o uso indiscriminado do benefício por ex-presidentes, como Duilio Monteiro Alves e Andrés Sanchez, citando compras pessoais como vinhos caros e medicamentos de uso íntimo. “Pedi um vinho que custa quatro pau? Esse não vou pagar. É interesse do clube?”, disparou, em tom ácido. A fala escancara não só o abuso, mas a ausência de qualquer regulamentação interna sobre o uso desses recursos.
Impeachment e promessas de renascimento
Tuma Jr. também abordou o processo de impeachment de Augusto Melo, afastado por denúncias de furto, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Com a votação decisiva marcada para o dia 9, o dirigente afirmou que o clube precisa “renascer das cinzas” e que quer “voar com águia”, em referência ao Flamengo como modelo de gestão e sucesso esportivo. A metáfora, embora ambiciosa, soa desconectada da realidade atual do Corinthians, mergulhado em disputas internas e escândalos financeiros.
Falta de propostas concretas
Apesar do tom combativo, a coletiva deixou a desejar em termos de soluções práticas. Tuma Jr. prometeu investigações internas e reformas estatutárias, mas não apresentou cronogramas, medidas específicas ou garantias de transparência. A ausência de um plano claro reforça a impressão de que o discurso foi mais voltado à plateia — especialmente aos torcedores revoltados — do que à reconstrução institucional.
Conclusão
A coletiva de Romeu Tuma Jr. foi um retrato fiel da crise que assola o Corinthians: um clube que tenta se reerguer enquanto lida com fantasmas administrativos e políticos. A retórica inflamada pode até conquistar manchetes, mas sem ações concretas, o risco é que tudo não passe de mais um capítulo de promessas vazias.
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